É impressionante a capacidade que os portugueses demonstram para se adaptar a qualquer situação. Chega a parecer o povo mais solidário do mundo. O primeiro-ministro diz «atenção, vem aí a crise» e a malta, pimba!, num extraordinário volte-face, passa a viver toda em crise, sem dinheiro para comprar o pão que está cada vez m

Mas o frio não é culpa dos portugueses em si e, segundo me parece, também não é do primeiro-ministro em particular. O frio, ao que parece, é culpa do Fernando Torres. O El Niño, ao contrário do que muitos pensam e poucos se deram ao trabalho de explicar, não é um furacão. É um fenómeno climatérico que resulta das correntes de águas quentes do Oceano Pacífico e que ocorre durante entre 12 e 18 meses. Não há um só El Niño. Há vários e repetem-se, de tempos a tempos, atacando em bandos. Também é verdade que ainda ninguém descobriu, em pormenor, o que raio é que as águas quentes fazem, ao certo, ao mais pacífico dos oceanos para provocar tantas alterações climatéricas no planeta todo. Certo é que os pescadores têm medo dele e que se chama El Niño porque começa a ter lugar lá para o final de Dezembro, portanto, na mesma altura em que o menino está nas palhas deitado ou nas palhas estendido (neste particular também ninguém se entende). O El Niño tem uma irmã, que é a La Niña, e que é absolutamente contra as práticas sádicas do irmão. Vai daí, faz precisamente o contrário - arrefece as águas do Pacífico. Andam os dois constantemente a desfazer aquilo que o outro faz e quem paga é o clima.
A consequência maior do El Niño no estado do tempo em todo o mundo é provocar sucessões de anos muito quentes e secos e anos muito frios e molhados. A consequência maior do El Niño em Portugal é provocar vagas.

O frio, segundo as enciclopédias, é uma sensação associada a baixas temperaturas. O que quer dizer, no fundo, que este frio que estamos a sentir não existe, muito menos a vaga de frio que nos querem vender. Frio, meus amigos, está em Pavlograd, na Ucrânia, onde estão -19º, ou então em Winnipeg, no

Uma coisa é certa. Na Suécia consegue-se estar na rua com -20º e só congela a pontinha do nariz. Aqui em Portugal, com 2º, parece que os ossos vão estalar como o extreminardor implacável 2. Este frio corta, entranha-se nos ossos, morde nos dedos dos pés, faz gretas nas mãos, arrefece a sopa que está na mesa há meio-minuto e esgota com as Plumas nos postos de abastecimento da Galp.
Não tenho dúvidas: o El Niño é um bicho mau, mas é especialmente cruel connosco, que estamos aqui mesmo à beirinha do Atlântico. Vá lá que nunca se lembrou de nos mandar vagas de terramotos ou vagas de atentados terroristas... ops!, bolas, agora dei-lhe ideias...
brrrrrrrrrrrrr...
o
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