Este blog faz mal à saúde. Se conhece alguém com influência ou com um martelo de orelhas, mande fechar este blog. Não se admite tamanho atentado à integridade intelectual dos cidadãos. E à integridade física dos llamas chilenos. Nem que José Carlos Malato faça tanta cura de emagrecimento e apareça todo nú em festas gay mais gordo ainda. E não se admite que não haja quem arranje uma cadeira mais larga para o João Gobern se sentar

Wednesday, January 21, 2009

Os gajos que falam mal dos gajos que falam mal do carnaval são parvos

Esta malta não tem emenda.

Dizem mal por tudo e por nada, sem qualquer conhecimento de causa. Eu sei o que digo, porque eu digo mal de tudo e de nada e não costumo saber patavina do que estou a falar. Mas, normalmente, digo mal porque me apetece. E parece-me um bom motivo para dizer mal do que quer que seja.

O carnaval é parvo. Porquê? Porque me apetece. Alguma coisa contra? É favor dizer mal, então. É para isso que este espaço serve. Para isso e para a cura do hemorroidal, porque parece que foram descobertas propriedades altamente laxativas neste espaço.

O carnaval de Torres Vedras é ainda mais parvo, por gostar de se considerar a si mesmo o carnaval mais português de Portugal. A simples existência de um carnaval em Portugal já é suficientemente parva para se pensar numa qualquer tradição relacionada com isso. Se o carnaval fosse bom, as pessoas realmente interessantes deste país (as únicas duas, portanto) aderiam, mascaravam-se e brincavam ao carnaval. Se o carnaval fosse giro, o Carlos Castro mascarava-se. Se o carnaval tivesse algum interesse, não era vivido tão intensamente apenas pelas crianças (as crianças que são crianças e as crianças que são adultas).

Portanto, em resposta ao senhor anónimo que deixou um extenso comentário que só consegui acabar de ler depois de adormecer duas vezes a meio, aqui fica:

1 - O senhor sabe daquilo que fala ?
R: Obviamente que não, caso contrário estaria a escrever colunas de opinião no Expresso. Ou na TV Guia.

2 - O senhor já alguma vez esteve no Carnaval de Torres Vedras ?
R: Obviamente que não. Eu nem sei onde fica Torres Vedras. Eu nunca saí da Arrentela.

3- Porque criticar o Carnaval de Torres edição de 2009, visto que esta ainda nem sequer foi realizada ?
R: Porque, a exemplo do carnaval de Torres edição de 2008 e do carnaval de Torres edição 2010, vai ser um carnaval feito em Torres Vedras. Parece-me suficientemente mau para ser criticável. Além disso, a organização do carnaval de Ovar paga-me 1500 euros para eu dizer mal do carnaval de Torres Vedras.

4- Têm alguma coisa contra os torrenses ou mais propriamente contra o povo PORTUGUÊS ?
R: Claro que tenho. Eu tenho sempre qualquer coisa contra qualquer povo. Ou contra qualquer coisa. Eu sou do contra. E não, eu não sou maluco. De vez em quando ouço vozes que me dizem que não sou.

5- Segundo o que me dá a entender o Sr. é brasileiro, tem alguma coisa contra os PORTUGUESES ?
R: Segundo o que me dá a entender, o Sr. está enganado. Tenho tanta coisa contra os brasileiros como contra os portugueses, com a diferença de que tenho mais contra os brasileiros.

Eu sou de uma ilha do Pacífico onde o carnaval mais frequente acontece quando uma onda gigante cresce do oceano para engolir o que resta desta ilha. Se quiser venha até cá, eu mascaro-o de menina do Tahiti e ponho-o num quadro do Gaugin.

Atenciosamente,
Elvis Presley

o

Wednesday, January 14, 2009

O carnaval de Ovar é tão estúpido quanto o de Torres Vedras

Vou enviar uma missiva ao Presidente da República a lembrá-lo daquele velho projecto que ele teve em tempos de acabar com o feriado do carnaval... era um primeiro passo para aumentar a produtividade nacional e resolver a crise...

Em Ovar há um carnaval que é praticamente tão mau como todos os outros, se não for pior ainda. O evento deste ano é identificado como «a mais louca e criativa festa popular do país», negligenciando claramente a superior categoria de outras festas de carácter popular que se realizam em Portugal, como as marchas de Lisboa ou o desfile dos pais natais no Porto. Ou mesmo a inauguração da árvore de natal do parque Eduardo VII.

O carnaval de Ovar pauta-se por ter a mesma qualidade dos outros carnavais espalhados pelo país. Ou seja, é estúpido. Pelo simples motivo de que se chama carnaval, já se qualifica directamente para a categoria «estupidez», sendo claramente um dos candidatos ao galardão de «mais estúpido de todos». Na frase de lançamento das festividades, a organização do carnaval ovário diz «sabemos que está farto de ouvir falar na crise, por isso, deixe-se envolver pela folia e levar pela loucura. Em Ovar, tome a Vitamina da Alegria® e embarque nesta viagem onde (quase) tudo é permitido». Fantástico, não é? Não só os ovários descobriram o remédio para a crise, como registaram a marca desse remédio e passaram a concorrer directamente com qualquer laboratório farmacêutico desse mundo fora. Até imagino a delegação de Ovar a fazer-se representar num congresso de medicina em Boston: «nós inventámos uma vitamina que dá alegria, faz-nos fazer coisas parvas durante uns dias e esquecer que não temos dinheiro para mandar arranjar os dentes às crianças». E depois um médico pergunta: «então e depois de passar o efeito da vitamina? Tomam mais?» Não. É um exclusivo dos dias do carnaval. Depois não vale tomar. É batota. Depois passa o efeito alucinogénio e toda a gente se lembra que vive apertado, com as meias rotas e os sapatos descascados.

A melhor sugestão dos ovários para este carnaval é que esqueçamos a crise. Pois para esquecer a crise, parece-me um princípio importante... fazer com que ela não exista. Os rios de dinheiro que se gastam num carnaval podiam servir, por exemplo, para construir um telheiro novo na escola primária, abrir dois novos postos de saúde, fazer uma morgue decente na paróquia e, quem sabe, comprar um BMW 740i ao presidente da câmara, que está farto de andar de Audi.

Se toda a gente que trabalha no carnaval de Ovar trabalhasse a sério nos seus empregos, a única crise que haveria era de asma.

Para mim, o carnaval deixava-se sossegadinho lá no Brasil, na terra dele. Ou então voltávamos àquilo que antigamente se considerava «carnaval» em Portugal: um bando de gente a atirar trampa às fuças uns dos outros. Isso sim, parece-me um bom motivo para montar um arraial.
o

O carnaval de Torres Vedras é estúpido. E o de Sesimbra também

Calma... respirar fundo, gravar uma quantidade severa de jogos da liga inglesa no Meo e fechar-se em casa a sete chaves. É a estratégia este ano para o carnaval...

Em Torres Vedras, diz-se, faz-se o carnaval mais português de Portugal. Curioso, estava mesmo convencido que o carnaval nem sequer português é. Mas quando vejo montras enfeitadas, de um lado, com corações para o dia dos namorados e, do outro, com fatos de Batman e de Noddy para mascarar as criancinhas, percebo que o problema é grave: o país está cada vez mais cheio de brasileiros e, pior que isso, cada vez mais cheio de portugueses que acham que são brasileiros.

A maior comunidade de portugueses que acham que são brasileiros existente em Portugal reside em Torres Vedras, onde, este ano, o carnaval tem o tema «profissões». Imaginando que o carnaval é uma grande tradição brasileira, as profissões a retratar serão, sem qualquer margem para dúvida: preguiçoso; bêbado; criminoso; aldrabão; jogador de futebol; apresentador de programas de TV com qualidade duvidosa; escroque; e, vá lá, sendo um bocadinho mauzinho (mas sem ofensa, a sério, só a brincar), talvez também empregado de mesa e senhora da limpeza.

O carnaval de Torres Vedras tem, este ano, uma novidade muito importante: uma sede para a associação de ministros e matrafonas. Esta sede não custou um tostão aos ministros e às matrafonas e foi inaugurada ali mesmo no centro histórico, contando com a presença do ilustre presidente da Câmara Municipal, Carlos Miguel, que pediu para esta sede ser «um carnaval todos os dias». Tem piada, este autarca. Reconheço-lhe a boa vontade de querer fazer com que estes ministros, pelo menos estes, não dêem tantas faltas às sextas-feiras, mas é curioso como Carlos Miguel, conhecido pelas autorizações concedidas para a construção civil em áreas de reserva natural e na praia de Santa Cruz, tenha tido a excelente ideia de tirar dinheiro do meu bolso (e do seu, também) para construir uma sede para brincar ao carnaval.

Era interessante perceber se o presidente da Câmara, em tempos vereador, alguma vez pensou utilizar o meu dinheiro (e o seu, também... «seu» de «você», que está a ler isto!!) para brincar a coisas mais sérias. Para arranjar uma alternativa ao fecho da maternidade do centro hospitalar, por exemplo. Ou para avançar de uma vez a estrada que ali faz falta, para Peniche, sem obrigar os munícipes a pagar portagem... se bem que, durante o carnaval, toda a gente em Torres Vedras devia pagar portagem só por existir.

Assim sendo, Torres Vedras tem agora uma sede para um monte de gente inútil organizar os seus carnavais. Atendendo ao frio que se faz sentir actualmente, prevê-se, em 2009, um carnaval ainda pior do que o dos anos anteriores, pelo que se aguarda com ansiedade para perceber se o centro hospitalar será capaz de dar vazão a tantas pneumonias na mesma semana.

O carnaval de Torres Vedras tem cabeçudos e matrafonas. O de Sesimbra tem o maior desfile de palhaços do mundo, o que não espanta, tendo em conta que a lista de palhaços envolve, igualmente, toda a gente que se desloca até lá para ver. O de Cabanas de Viriato, no distrito de Viseu, tem a «dança do cú», o que me parece suficientemente estúpido para me inibir de tecer algum tipo de consideração sobre o assunto.

Será possível que não aparece alguém que diga a esta gente que o carnaval é um costume brasileiro?...

Todo o carnaval tem seu fim... menos o português.
o

Friday, January 09, 2009

Eu acho que o frio é estúpido. E as vagas também.

Irra, que está frio!!

É impressionante a capacidade que os portugueses demonstram para se adaptar a qualquer situação. Chega a parecer o povo mais solidário do mundo. O primeiro-ministro diz «atenção, vem aí a crise» e a malta, pimba!, num extraordinário volte-face, passa a viver toda em crise, sem dinheiro para comprar o pão que está cada vez mais caro, só para fazer a vontade ao PM e não deixar que ele passe por mentiroso. Agora anda tudo a adaptar-se ao tempo gelado e já mete nervos entrar em qualquer lado e ouvir as pessoas fazer competições de quem é que mediu a temperatura mais baixa na madrugada anterior.

Mas o frio não é culpa dos portugueses em si e, segundo me parece, também não é do primeiro-ministro em particular. O frio, ao que parece, é culpa do Fernando Torres. O El Niño, ao contrário do que muitos pensam e poucos se deram ao trabalho de explicar, não é um furacão. É um fenómeno climatérico que resulta das correntes de águas quentes do Oceano Pacífico e que ocorre durante entre 12 e 18 meses. Não há um só El Niño. Há vários e repetem-se, de tempos a tempos, atacando em bandos. Também é verdade que ainda ninguém descobriu, em pormenor, o que raio é que as águas quentes fazem, ao certo, ao mais pacífico dos oceanos para provocar tantas alterações climatéricas no planeta todo. Certo é que os pescadores têm medo dele e que se chama El Niño porque começa a ter lugar lá para o final de Dezembro, portanto, na mesma altura em que o menino está nas palhas deitado ou nas palhas estendido (neste particular também ninguém se entende). O El Niño tem uma irmã, que é a La Niña, e que é absolutamente contra as práticas sádicas do irmão. Vai daí, faz precisamente o contrário - arrefece as águas do Pacífico. Andam os dois constantemente a desfazer aquilo que o outro faz e quem paga é o clima.

A consequência maior do El Niño no estado do tempo em todo o mundo é provocar sucessões de anos muito quentes e secos e anos muito frios e molhados. A consequência maior do El Niño em Portugal é provocar vagas.

Em Portugal há vagas para tudo, menos para a faculdade de Medicina. Dependendo da altura do ano e do mau-humor do El Niño, há vagas de incêndios. Desata tudo a arder por todos os lados e gastam-se horas e horas de televisão com reportagens em directo dos locais onde largaram fogo ao país. Passam aviões de um lado a deitar água para apagar o fogo e, do outro, a largar balõezinhos a arder. Em alturas concomitantes também decorrem vagas de calor. Morre-se aos magotes na Amareleja, onde a temperatura no alcatrão derrete vigas de ferro, e os hospitais - esses locais fresquinhos e arejados por natureza - abarrotam de gente a queixar-se de afrontamentos. Em certas alturas do ano, nomeadamente antes do Natal, há vagas de maus resultados no Sporting, prontamente compensadas lá para Abril pelas vagas de maus resultados do Benfica, que, no fundo, já duram desde Setembro do ano anterior mas toda a gente achava que era uma «fase». Em períodos esporádicos de um ano, nomeadamente os que coincidam com nomeações para «jogador do ano» em qualquer categoria, há vagas de notícias sobre Cristiano Ronaldo. Em épocas de chuva há vagas de cheias. E agora, neste preciso momento, estamos a atravessar uma vaga de frio.

O frio, segundo as enciclopédias, é uma sensação associada a baixas temperaturas. O que quer dizer, no fundo, que este frio que estamos a sentir não existe, muito menos a vaga de frio que nos querem vender. Frio, meus amigos, está em Pavlograd, na Ucrânia, onde estão -19º, ou então em Winnipeg, no Canadá, onde estão -23º, ou até mesmo em Nagano, no Japão (que é onde foi tirada a última foto deste texto), onde estão -16º mas parece que estão -45º. Aqui onde eu finjo que trabalho temos uma funcionária de Kishinev, na Moldávia (onde estão neste momento -13º) que ouviu a malta conversar, no café, sobre o frio que está. Olhou para mim e encolheu os ombros, dizendo «frriô... aqui nô é frriô... en Kishinev temos Primaveras com menos-cinco...».

Uma coisa é certa. Na Suécia consegue-se estar na rua com -20º e só congela a pontinha do nariz. Aqui em Portugal, com 2º, parece que os ossos vão estalar como o extreminardor implacável 2. Este frio corta, entranha-se nos ossos, morde nos dedos dos pés, faz gretas nas mãos, arrefece a sopa que está na mesa há meio-minuto e esgota com as Plumas nos postos de abastecimento da Galp.

Não tenho dúvidas: o El Niño é um bicho mau, mas é especialmente cruel connosco, que estamos aqui mesmo à beirinha do Atlântico. Vá lá que nunca se lembrou de nos mandar vagas de terramotos ou vagas de atentados terroristas... ops!, bolas, agora dei-lhe ideias...

brrrrrrrrrrrrr...
o

Para o improvável caso de alguém querer saber as coisas parvas que por aqui se dizem...

Coisas que se dizem assim por aí...

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