Este blog faz mal à saúde. Se conhece alguém com influência ou com um martelo de orelhas, mande fechar este blog. Não se admite tamanho atentado à integridade intelectual dos cidadãos. E à integridade física dos llamas chilenos. Nem que José Carlos Malato faça tanta cura de emagrecimento e apareça todo nú em festas gay mais gordo ainda. E não se admite que não haja quem arranje uma cadeira mais larga para o João Gobern se sentar

Monday, March 07, 2011

Carnaval de Torres Vedras 2011: então não é que me desata a chover? Que chatice...

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Aproxima-se a passos largos o dia de carnaval. Consulto a agenda para os próximos dias e, ao lado, a previsão meteorológica diz que v...

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[HAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHA]
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...desculpem. Não conseguia parar de rir. Vamos lá tentar outra vez. Aproxima-se a passos largos o dia de carnaval. Consulto a agenda para os próximos dias e, ao lado, a previsão meteorológica diz que v... HAHAHAHA... que vai... HAHAHAHAHA, não aguento!... que vai chover a cântaros!!


Parece-me o melhor prémio possível para o carnaval de Torres Vedras 2011 (e, de caminho, para os restantes também), uma valente saraivada nas ventas! A ideia de fazer um carnaval na altura do ano que coincide com as gripes e constipações sempre me pareceu muito mal explorada por parte dos departamentos de marketing das farmacêuticas. Há tanta publicidade direccionada e ninguém aproveita para fazer uma campanhazinha: «vai para o carnava de Torres? Leve Antigripine». Em alternativa: «É um folião que participa nos desfiles debaixo do temporal? Não esqueça o seu anti-gripal!» Ou então: «É um daqueles moços que gosta de se vestir de moça? Tome Aspirina». Se bem que neste caso não se fala especificamente da altura do ano, mas um moço que goste de se vestir de moça uma vez, gosta a vida toda e, portanto, a Aspirina há-de fazer-lhe bem em qualquer altura do ano.

Os desfiles e a sua corja de imbecis vão andar por aí, com o nariz a pingar, grande parte deles a cair aos cantos, bêbados, a vomitar, a ignorar os sintomas de gripe, para depois meterem baixa o resto da semana porque não estão em condições de ir trabalhar.

É curioso que isto aconteça no país que está, segundo se sabe, à beira do abismo e cheio de vontade de dar um passo em frente. Trabalhar, a malta não quer. Paródia? Pois sim, venha ela. Ele há manifestações contra as medidas do governo, contra as medidas da oposição, contra as medidas dos juízes, contra as medidas dos bancos, contra as medidas das calças, contra as medidas de tudo e mais alguma coisa. E depois há malta que se balda indecentemente para ir brincar ao carnaval. Nunca vi ninguém baldar-se ao carnaval para se ir manifestar. Ou baldar-se ao carnaval para ir trabalhar, que seja.

É curioso andar toda a gente indignada porque lhes estão a ir ao bolso, com os impostos, portagens e despedimentos e o raio-que-parta, mas ainda não ouvi ninguém levantar-se para dizer que é preciso parar de gastar dinheiro no carnaval. De acordo com o jornal «Correio da Manhã», os desfiles de carnaval neste país vão envolver um gasto de dinheiro pouco inferior aos três milhões de euros. Quantos empregos se salvam com três milhões de euros? Eu sei que este número pode não estar certo - se fosse quantas pessoas morreram numa chacina de uma família de pastores em Armamar, seria altamente credível - mas, a errar, o referido jornal só estará a errar por defeito, porque neste país nunca ninguém gasta menos que o previsto.

De acordo com esses números, o carnaval de Ovar é o líder da gastação de dinheiro, com um invesimento de 500 mil euros para... hum... nada. Aparentemente, o tema do carnaval é livre, quem quiser ir ver até tem que pagar para entrar e o meio-milhão de euros não sabe muito bem para que serve. Talvez seja para fazer carros alegóricos a partir de barricas de ovos moles. Torres Vedras está ela-por-ela e, nesta luta pela hegemonia do ridículo, também gasta 500 mil euros, essencialmente a pagar table-dances às bailarinas brasileiras que vão abanar as carnes no carnaval mais português de Portugal. Loulé só gasta 300 mil euros, para pagar 14 carros alegóricos e cabeçudos. Não sei por que razão se gastam 300 mil euros quando, do lado de fora, aquilo já vai estar cheio de cabeçudos, mas sei que esse valor seria suficiente para manter uma pequena empresa a laborar no Algarve por mais quatro anos.

Na RTP, o carnaval começou mais cedo: nas comemorações do seu 54º aniversário, a estação de televisão custeada com o dinheiro dos contribuintes investiu uma pipa de massa para organizar uma festa bonita, cheia de luz e cor e dança e sorrisos e tudo, valor esse severamente agravado pela quantidade de vestidos que foi preciso pagar à Sílvia Alberto. Demorou quase uma hora para nos explicar que um painel de júri qualificadíssimo, onde constavam um mediador de seguros e um funcionário público, esteve horas a fio a votar nas melhores canções que ouviu para, no fim, a canção eleita ser uma palhaçada triunfal escolhida pelo povo.

RTP - 0, Parvoíce - 10
Bem feito para a proa com que ainda se olha para este fenómeno bacoco chamado Festival da Canção, mal feito para o dinheiro dos contribuintes que anda a pagar idiotices destas. Ainda bem que gastaram 209 mil euros do dinheiro dos contribuintes para pagar a um grupo de trabalho de assuntos culturais (que só se reuniu uma única vez) para, afinal, a cultura ser tratada com esta cara-de-pau. Ainda bem, porque, pelo menos, foram 209 mil euros a menos que se gastaram a fazer carnavais.

E como isto me faz correr o risco de começar a parecer comunista, vou ali rir-me um bocadinho com as imagens televisivas da malta a festejar o carnaval debaixo de uma tromba d'água e despeço-me com uma pergunta ignóbil: há algum carro alegórico com um sexagenário e um saca-rolhas?

[peço perdão pelo teor lascivo da foto, mas ela foi singelamente roubada à organização do carnaval de Torres Vedras]

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Para o improvável caso de alguém querer saber as coisas parvas que por aqui se dizem...

Coisas que se dizem assim por aí...

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