Este blog faz mal à saúde. Se conhece alguém com influência ou com um martelo de orelhas, mande fechar este blog. Não se admite tamanho atentado à integridade intelectual dos cidadãos. E à integridade física dos llamas chilenos. Nem que José Carlos Malato faça tanta cura de emagrecimento e apareça todo nú em festas gay mais gordo ainda. E não se admite que não haja quem arranje uma cadeira mais larga para o João Gobern se sentar

Monday, October 12, 2009

Breves notas sem critério especial nem rigor por aí além sobre as eleições autárquicas

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Cancelaram a reunião dos piscopatas anónimos de domingo passado, de maneiras que dei comigo sozinho na barraca, em frente a uma televisão só com três canais. E os três a dar o mesmo: a cobertura das eleições autárquicas em Portugal.

Notas a reter:

- alguém devia ensinar português aos tipos que escrevem os oráculos. Em alternativa, podia contratar-se técnicos de grafismo multimédia que de facto tivessem estudado português na escola. Mesmo que tivessem chumbado. «Macário Correia já chegou sede de campanha» e «Portas aguarda para comentar escrútinio» eram erros difíceis de evitar, mas «Rio conquista maioria no Poto» e «Passos Coelho releito para Assembleia Municipal» talvez fossem evitados por qualquer ser humano com mais de sete anos de idade. Mesmo nascido no Uzbequistão.

- Valentim Loureiro voltou a ganhar em Gondomar e estou com um pressentimento que Tony Carreira será seu mandatário para toda e qualquer eleição futura, incluindo para os órgãos sociais do Boavista, do FC Gondomar, unidos do Chinquilho da Guiné, Federação dos Negociantes de Diamantes e Clube de Tuning de Fânzeres. Ficou provado, também, que Valentim Loureiro dispensa o uso de um microfone para discursar à multidão. Os seus gritos de ontem ouviram-se em Reguengos de Monsaraz.

- Santana Lopes não estava a preparar-se para ser presidente da Câmara Municipal de Lisboa. Assim que percebeu que não ia vencer (deviam ser umas cinco da tarde e o gin já tinha acabado, só sobravam dois rissóis do dia anterior e um folhado de salsicha roído pelo cão), começou a preparar-se para a Meia Maratona de Lisboa. Fez o caminho entre a sede de campanha e o escritório de advogados umas trinta vezes e está em belíssima forma. Alguém devia explicar-lhe, porém, que nas maratonas não há obstáculos. É que ele insistia em fazer o caminho por detrás dos carros de exteriores e saltando vigorosamente as rampas dos camiões, com uma desenvoltura digna do Rochemback antes da picanha do pequeno-almoço. Nunca vi ser humano tão obcecado pela própria imagem. Nem o Narciso - o grego, não aquele de Gaia - gostava tanto de si próprio. O Santana foi o único candidato a assistir à revelação das projecções num sítio onde pudesse ser filmado. Provavelmente era o único a acreditar que podia ganhar. Mas devia ter sido um dos vários em que ninguém devia ter votado.

- Hernâni Carvalho ia ganhando. Decididamente, há demasiada gente em Odivelas a precisar de acompanhamento psiquiátrico.

- Elisa Ferreira ganhou o prémio de sorriso mais falsificado da noite. Deve ter treinado aquela expressão facial vezes sem conta e sempre em frente ao Pedro Abrunhosa, para se ver ao espelho nos óculos dele (é verdade, vou desmistificar um mistério: o Abrunhosa usa óculos escuros porque é estrábico. Daqueles assim mesmo BUÉ estrábico. Tipo as mamas da Ana Malhoa, uma para cada lado. OK? Não tem nada a ver com estratégias de marketing. Achei que deviam saber, só isso. Também nunca percebi o interesse do assunto. O Zé Cid usa óculos escuros há decénios e nunca ninguém quis saber porquê). Elisa Ferreira estava tão contente, mas tão contente, tão radiante, que logo a seguir àquele sorriso encantado pela forma como decorreram as eleições a seu (des)favor, anunciou que vai para Bruxelas. Até a Fátima Felgueiras se esforçou para fazer um sorriso mais honesto. O típico sorriso de quem acabou de se urinar nas calças em público e toda a gente notou.

- Em Torres Vedras ganhou Soares Miguel. Ganhou a si próprio porque o presidente já era ele. Ganhou com inteira justiça e mereceu todo e cada voto que lhe concederam. Do programa eleitoral do candidato socialista e presidente da autarquia constava apenas uma breve nota sobre a «criação do Centro das Artes do Carnaval». Extraordinário, para um município onde o carnaval tem um peso tão grande, como todos os defensores do carnaval gostam de frisar. O que representa em termos económicos, turísticos e sociais. Uma importância incrível. Uma relevância tão grande, tão histórica, tão cultural, que mereceu duas linhas no programa eleitoral do candidato mais forte e, mesmo assim, sobre um tema obsoleto e ridículo. Felizmente, há pessoas inteligentes a viver neste país dos portugueses. Duas ou três. Uma delas deu-se ao trabalho de escrever isto num blog. Não sei quem é, nem o que faz, nem para quem trabalha, nem sequer se é de Torres Vedras. Mas desço do meu suporte básico de vida e faço-lhe uma vénia, considerando-me, a partir de hoje, seu admirador.

- Alguém devia arranjar uma cadeira mais larga para Pacheco Pereira. O conhecido comentador social-democrata é daqueles cidadãos obesos que, quando exulta a sua soberba e quase cai da cadeira, quase cai para os dois lados.

- Seguindo a mesma linha de raciocínio (inventada por um colega meu que é copeiro num bar de strip, porque eu não sei raciocinar), alguém devia arranjar uma almofada dupla para a cadeira do Marques Mendes. Mesmo estando numa cadeira extensível em altura, puxada no máximo para cima, continua a parecer pequeno.

- Ninguém se concentra no que o Pacheco Pereira está a tentar dizer depois de ver as pernas da Clara de Sousa.

- Ninguém leva a sério um pivot de uma noite eleitoral se ele tiver a barba de adolescente garanhão do Rodrigo Guedes de Carvalho. Seria o mesmo que o Mário Crespo de rabo-de-cavalo e t-shirt cava justinha ao peito ou a Ana Lourenço de tranças e traje colegial. Se bem que me agrada mais a segunda ideia do que a primeira.

- A ideia da RTP tentar passar a imagem ultra-tecnológica dos pivots a comandar a emissão a partir de uns mega touch-screens não resultou lá muito bem. Toda a gente percebeu que havia descoordenação entre o toque no ecrã e o gajo que estava na régie a comandar as operações.

- Ver o Pedro Pinto como coordenador de uma emissão especial sobre eleições é mais ou menos o mesmo que ver o Rui Unas a coordernar o Prós e Contras sobre o referendo ao aborto. Aquilo não cola. E como a TVI voltou a levar uma grande tareia nas audiências, a próxima noite eleitoral vai ser apresentada pela Júlia Pinheiro e pelo Manuel Luís Goucha.

- Quem teve a ideia de colocar Miranda Calha como coordenador autárquico do PS devia passar três dias a arrancar os outdoors de campanha com os dentes. E quem teve a ideia de o deixar discursar para as televisões devia estar a escrever guiões para programas do Baby TV. Ou dos novos canais ZON-zen. Miranda Calha aparece e os jornalistas não prestam atenção ao que ele está a dizer. É uma risota pegada. O Guiness está a investigá-lo para recordista mundial de tiques.

- Como sempre, em qualquer eleição, nunca ninguém perde. Tenho pena de não ter apanhado nenhuma declaração pública de Manuel Monteiro nas últimas três semanas. Tenho a certeza que nem ele seria derrotado. A CDU perdeu várias autarquias e, mesmo assim, diz que reforçou a sua posição naquelas que manteve. E queixa-se que as pessoas que não votaram na CDU não o fizeram porque foram atrás das ideias de direita do PS. Os comunistas gostam de ideais de direita? Não sabia. Francisco Louçã fez uma declaração pública em que parecia - por momentos cheguei a pôr o aparelho auditivo no máximo porque pensava que era desta - que ia admitir a derrota. Mas não. Disse apenas que ia mencionar um objectivo que o BE não tinha conseguido atingir e, sem dar por isso, mencionou dois de seguida. E no imediato lançou-se a dizer que era uma grande vitória a manutenção da única câmara municipal que já tinham.

- Maldita ZON TV Cabo. Se não fosse pela incompetência de quem ali trabalha, não teria sido obrigado a passar por tudo isto.

- Peço desculpa. As notas não são tão breves quanto isso

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Para o improvável caso de alguém querer saber as coisas parvas que por aqui se dizem...

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